quinta-feira, 30 de junho de 2011

Bruno Gagliasso está no ar como o vilão Timóteo de 'Cordel Encantado', novela das 18h, da Globo. Foto: Luiza  Dantas/Carta Z Notícias/TV Press

Bruno Gagliasso mal pisca os intensos olhos azuis quando desdobra seus 11 anos de carreira na TV. Com uma visível gana de se sobressair cada vez mais em seus papéis, este ator carioca é um "workaholic" assumido. Emendando uma trama na outra na Globo desde América, em 2005, Bruno já colecionava um rol de personagens cada vez mais densos na TV até estrear este ano como o maquiavélico Timóteo em Cordel Encantado, seu primeiro vilão. Sua trajetória, desde o problemático Inácio, em Celebridade, começou a ser esculpida por tipos intensos e polêmicos, como o esquizofrênico Tarso de Caminho das Índias ou o mais recente bígamo Berilo, de Passione. "Eu também gosto de fazer ação social com meus papéis em novelas, adoro sacudir as pessoas. Agora, com o Timóteo, quero abordar a psicopatia, mexer com esse assunto, despertar esse interesse no público", animou-se arregalando os olhos.

TVPRESS - Você nunca interpretou vilões na TV. No máximo, o revoltado Ivan, em Paraíso Tropical. Por que nunca havia atuado em um papel nesse gênero com tantos personagens de destaque na TV?
Bruno Gagliasso -
Não sei. Mas tenho a sorte de sempre pegar papéis ótimos, que muita gente com anos de carreira não conseguiu até hoje. O Ivan era bem diferente mesmo, uma vítima da sociedade, um menino sofrido, o oposto do Timóteo, que tem prazer em fazer o mal, que se delicia com isso. Meu personagem em Cordel Encantado é um psicopata. Se você pegar o livro Mentes Perigosas (de Ana Beatriz Barbosa Silva) e der uma lida, vai ver como o Timóteo se encaixa no perfil do psicopata.

TVPRESS - Apesar da trama não representar um período histórico específico, esse personagem é de época e também um papel de composição. Como foi esse processo?
Gagliasso -
Os personagens que mais me dão prazer são assim mesmo, de composição, que dão bastante trabalho. Sempre que me chamam e sinto um friozinho na barriga, sei que não posso recusar. Gosto de compor de verdade, de me dedicar, de pesquisar para um personagem. Esse foi outro ponto que pesou muito para eu aceitar fazer a novela. Isso é o que me dá prazer. Li muitos jornais para buscar referências de psicopatas que a gente vê todos os dias em manchetes. Vivemos cercados deles. As pessoas queimam índios, mendigos, batem em prostitutas. Para fazer isso, tem de ser muito frio, inconsequente, como muitos filhos de políticos, que acham que podem tudo. Em Brasília está cheio de gente assim.

TVPRESS - Ele também tem uma composição estética. De onde ela veio? Como foi definir esse perfil meio dândi que ele tem?
Gagliasso -
Ele estudou no Rio durante 10 anos e é uma espécie de "Napoleãozinho". A maior composição para mim é o fato dele ser psicopata mesmo. Ele é muito certinho, vaidoso. Eu mesmo penteio meu cabelo antes de entrar em cena, faço o acabamento. A trama pega vários elementos de filmes. Acabei de gravar uma cena que parecia estar no longa Bastardos Inglórios (do diretor Quentin Tarantino). Em uma produção assim você pode arriscar e brincar um pouco mais. O vilão é vilão, o mocinho é mocinho de verdade. Isso é uma das características da trama. Essa é uma novela de época atípica, com um contexto muito de faz de conta. O óculos do Timóteo é da marca Marc Jacobs. Isso é genial para brincar. Essa novela permite.

TVPRESS - Você vem emendando novelas desde 2005, em América. De lá para cá, atuou consecutivamente em tramas até Passione, sua última novela das 20h. Não pensa em tirar férias?
Gagliasso -
Não podia recusar um convite da (diretora geral de Cordel Encantado) Amora Mautner. Ela é minha amiga e confio 100% em tudo que ela faz. Trabalhamos juntos nesse personagem. Tenho a sorte de, aos 29 anos de idade, poder ter personagens nas mãos que muita gente com 30 anos de carreira não teve oportunidade de ter. Principalmente na televisão, que é o maior veículo de comunicação que existe.

TVPRESS - Então você não acha necessário dar um tempo da TV?
Gagliasso -
Não sei se quero tirar férias da televisão. Acho que no dia que estiver perto de ser um Paulo Autran, um Tony Ramos ou Marcos Caruso, eu posso pensar em tirar férias. Sou muito novo. Não encaixa ainda me dar folga dessa profissão que é tão competitiva. Quando falo em ficar um tempo fora das novelas, não é para descansar, porque até dá para relaxar entre um trabalho e outro. Mas quero um tempo para fazer cinema e teatro, artes que gosto e que tive de abrir mão para fazer personagens tão maravilhosos na TV.

TVPRESS - Cordel Encantado tem o diferencial de ser uma trama mais curta, de cinco meses, com atores que raramente atuam na TV. Como tem sido?
Gagliasso -
Diferente de tudo. Tem um cuidado incrível com o elenco, com a iluminação. É muito bom atuar com gente que raramente faz TV, como o João Miguel, Matheus Naschtergaele, pessoas que não estão acostumadas a fazer novelas e estão adorando. Isso foi um dos motivos que me fizeram aceitar.

TVPRESS - Sua carreira é formada por uma galeria de personagens polêmicos: um gay em América, um esquizofrênico em Caminho das Índias, um rapaz que se apaixonava por uma mulher mais velha e casada em Sinhá Moça, etc. A que atribui escalações para papéis fortes e densos?
Gagliasso -
Foram minhas escolhas. Você direciona para onde quer levar sua carreira. Sempre deixei claro para onde queria seguir. As pessoas que me inspiram fazem personagens assim. São eles: Tony Ramos, Marcos Caruso, Osmar Prado. Eles são quem eu sigo nessa profissão. Se eu não optar por isso, vou contra tudo que estudo e o que vejo na minha vida.

TVPRESS - No final de Passione, você disse que o personagem Berilo havia sido "absolvido" pelo público pela sua bigamia. Você acredita na "absolvição" do Timóteo em Cordel Encantado?
Gagliasso -
De jeito nenhum! Esse não tem como ser perdoado! Não tem como uma pessoa sem escrúpulos e amor ao próximo como o Timóteo ser absolvida. As pessoas querem que ele se ferre. Ele faz atrocidades com prazer. Ele veio na hora certa na minha carreira.

TVPRESS - Como o público tem reagido ao seu primeiro vilão?
Gagliasso -
As senhoras têm gostado muito de me xingar nas ruas. Tenho escutado: "você é o cão". "Você é o diabo! A peste!". Outro dia, estava fazendo compras no mercado, uma senhora me deu um cutucão, me xingou, virou as costas e foi embora. Deixou claro que não estava gostando mesmo (risos).

Mudança radical
Assim que soube de toda a vaidade de Timóteo, seu personagem em Cordel Encantado, Bruno Gagliasso preparou um "plano de guerra" para se adequar ao novo trabalho. Primeiro, decidiu emagrecer 17 kg para entrar nos esbeltos figurinos de época com diversas sobreposições. Para isso, contratou uma equipe de profissionais que o auxiliaram nesta difícil missão. "Eu tinha essa necessidade de 'secar' muito. O meu personagem seduz, gasta dinheiro em bailes, usa bons ternos e se destaca pela postura. Se eu não conseguisse emagrecer, não teria aceitado fazer o personagem", avisou o ator, que tomou a decisão por conta própria e só depois avisou a equipe da novela que apareceria mais magro para o papel.

Para diminuir suas medidas, Bruno contou com o apoio de uma nutricionista, um endocrinologista e um personal trainer. Mudou sua alimentação e praticou exercícios aeróbicos, como muita corrida. "Passei por toda uma reeducação alimentar para emagrecer tanto. Foram três meses de muita luta", lembrou.

No timbre caipira
Apesar de não pensar em dar um tempo da TV, Bruno Gagliasso já está escalado para o longa que vai contar a vida dos irmãos sertanejos Leandro e Leonardo, previsto para ser rodado no segundo semestre deste ano. No filme, com roteiro de Glória Perez, que ainda está em fase de pré-produção, Bruno vai interpretar o cantor Leonardo. A produção deve ser filmada em Goiás, Tocantins, Rio e São Paulo. "Na verdade, tenho três projetos para o cinema e ainda vou fazer uma peça com o João Falcão em 2012", avisou.

Trajetória Televisiva
# Chiquititas (SBT, 2000) - Rodrigo.
# As Filhas da Mãe (Globo, 2001) - José.
# A Casa das Sete Mulheres (Globo, 2003) - Caetano.
# Celebridade (Globo, 2003) - Inácio.
# América (Globo, 2005) - Júnior.
# Sinhá Moça (Globo, 2006) - Ricardo.
# Paraíso (Globo, 2007) - Ivan.
# Ciranda de Pedra (Globo, 2008) - Eduardo.
# Caminho das Índias (Globo, 2009) - Tarso.
# Passione (Globo, 2010) - Berilo.
# Cordel Encantado (Globo, 2011) - Timóteo.

terça-feira, 14 de junho de 2011

O público feminino parou para ver: colegas de elenco em "Passione", Bruno Gagliasso e Rodrigo Lombardi se encontraram nos bastidores do Projac, causando alvoroço entre as fãs dos dois atores.

Lombardi, que será Herculano Quintanilha no remake de "O Astro", aproveitou um intervalo nas gravações para visitar Gagliasso no estúdio de "Cordel encantado". O reencontro foi clicado por João Miguel Junior.

Fofo, né?

sábado, 4 de junho de 2011


 

No ar como Timóteo, em "Cordel encantado", Bruno Gagliasso está levando a dieta a sério. O ator não fez concessões nem mesmo em uma churrascaria em Ipanema, Zona Sul do Rio, onde esteve com a mulher - a também atriz Giovanna Ewbank.

Durante o almoço, Gagliasso comeu apenas sushis e sashimis. Segundo ele, para fazer bonito na novela de Duca Rachid e Thelma Guedes que vai ao ar na Globo, às 18h.

Antes de começar a gravar o folhetim, Gagliasso perdeu cerca de 10 quilos adotando uma dieta hipocalórica - acompanhada por um médico ortomolecular - e exercícios físicos.