sábado, 12 de janeiro de 2008

Entrevista do jornal OPOVO com o Bruno

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Não se engane com o rosto de traços perfeitos, os olhos azuis e o jeito de bom moço. Bruno Gagliasso, 25, é muito mais que isso e está disposto a mostrar com trabalho que não é apenas mais um galã de televisão.

Através do seu currículo, que começou a ser preenchido em 2000 - quando ganhou seu primeiro papel em Chiquititas -, ele começou a despertar a atenção do público. De lá para cá, interpretou o homossexual Junior, em América e acabou virando protagonista da discussão se deveria ou não ocorrer o primeiro beijo gay da televisão brasileira. Depois se despiu de toda a vaidade, ganhando alguns quilinhos e deixando a barba crescer, para viver o caipira Ricardo. Em seguida, surpreendeu o público com o malandro e sarado Ivan, em Paraíso Tropical.

Agora ele busca em Van Gogh, mais uma vez, a oportunidade de acrescentar algo na vida das pessoas. O ator está estreando também como produtor de teatro e escolheu a capital do Ceará para a primeira apresentação nacional da peça Um certo Van Gogh. A verdade é mostrar o Van Gogh através do meu olho, de um ator de 25 anos, explica Gagliasso.

A escolha por Fortaleza não foi à toa. Ele gosta do sotaque, do clima, das pessoas e da tapioca com leite condensado daqui. Ao atender ao telefone para a entrevista ele foi logo avisando isso.

Já para falar sobre a vida de casado, o irmão também ator Thiago e os cuidados com a beleza foi mais difícil, mas Bruno acabou aceitando. Confira!

OP - Qual a sua relação com Fortaleza?
Bruno Gagliasso - Eu amo demais essa cidade. Já fui garoto propaganda de algumas marcas e sempre ia fazer campanha em Fortaleza. Em Fortaleza tem a melhor tapioca do mundo, eu adoro. Toda vez que vou tenho que comer tapioca, principalmente a recheada com leite condensado. Tenho amigos aí e sempre sou muito bem recebido pelo público. E esse foi um dos grandes motivos por ter escolhido Fortaleza para fazer a estréia nacional desta peça.

OP - Como surgiu a oportunidade de interpretar Van Gogh?
Bruno - Este é um projeto que tenho há três anos e estou muito honrado e emocionado com essa realização. É um projeto meu. Sempre gostei de arte e o pintor que mais me chama a atenção é o Van Gogh e a sua entrega pela arte. O que me aproximou foi isso, o amor à arte. Recebi apoio para executar o projeto e convidei alguns amigos para concretizar essa peça. Esta é a segunda peça que participo, mas a primeira como ator e produtor.

OP - Van Gogh foi muito incompreendido e taxado até mesmo como um louco. Você acha que todo artista acaba passando por essa incompreensão?
Bruno - Essa incompreensão faz parte de qualquer artista. Para mim, o que fica é essa inquietude, uma verdadeira briga interna. É isso que me faz aceitar um papel, seja um caipira, seja um homossexual. Esse risco é que traz vida aos personagens. No caso do Van Gogh, acho que ele precisava dessa loucura para realizar as obras que fez. Acho que mais do que louco e incompreendido, ele foi um gênio.

OP - Como você avalia a transformação que aconteceu na sua carreira, daquele menino em Chiquititas ao homem casado que brilhou na novela das oito?
Bruno - Eu acho que essa mudança é natural. O amadurecimento faz parte da vida de todo ser humano. Eu escolhi o caminho a seguir, não pensei muito, foi minha natureza, meu instinto. É isso que me faz tão bem.

OP – O que você leva de experiência do teatro para a televisão e vice-versa?
Bruno - A verdade. Os meios podem ser diferentes, mas a verdade tem que ser a mesma.

OP – Como você mede o sucesso dos seus personagens?
Bruno - É engraçado porque credito o sucesso do personagem a partir do que vejo que ele acrescenta na vida das pessoas. O Van Gogh, por exemplo, é um personagem que tem a minha assinatura, ele mexe com a sociedade. O Ivan, o Junior, o Ricardo, todos eles também. Eu meço por isso. Sei que a partir dessa peça, as pessoas vão ser instigadas a ir ao museu para conhecer mais do pintor e da história da pintura.

OP – Depois de interpretar um artista incompreendido, um homossexual que deu o que falar, um bad boy, um caipira, um bom vivant, entre outros. Agora falta qual tipo de personagem?
Bruno - Eu quero fazer tudo, não tenho limites. Mas se for para escolher um, por incrível que pareça queria fazer um bom moço. As pessoas sempre querem o vilão, mas eu nunca fiz um galã, acredita? Penso também em interpretar alguém que tenha problemas mentais ou gêmeos. Tenho vontade de atuar, interpretar um personagem que me instiga e passar essa emoção para as pessoas.

OP - Rostos bonitos na televisão geralmente acabam sendo estereotipados como apenas mais um. Você acha que existe mesmo esse preconceito? Qual a melhor saída para resolver isso?
Bruno - Só é possível provar o contrário mostrando o seu trabalho. Lógico que esse preconceito sempre existiu na arte como em qualquer outro lugar. Minha cunhada, por exemplo, é advogada e só porque ela é nova e bonita foi super discriminada. Acho que existe esse preconceito em todo lugar, a idéia é aproveitar as oportunidades para mostrar o potencial. Isso já aconteceu comigo, claro. Mas não é uma coisa que me incomodou e até hoje não incomoda.

OP – Quais os seus próximos planos para a televisão?
Bruno - Agora quero me dedicar à peça Van Gogh. Estaremos em turnê por todo o Brasil e será exigida muita dedicação.

OP – E como tem sido a vida de casado? Ainda estão em clima de lua-de-mel?
Bruno - Está sendo maravilhoso. Estamos casados há um ano e muito felizes.

OP - A Camila Rodrigues disse em entrevista que pretende ter quatro filhos. O início da prole começa este ano?
Bruno - Eu sei o que dois nós já temos: o Zeca e o Pequeno, os nossos cachorros (risos). Sei lá se já é um ensaio, mas nós curtimos como filhos. Agora sério, por enquanto não pensamos em ter filhos. A gente está trabalhando mais para frente.

OP – Essa semana saiu um ensaio sensual da sua esposa. Como vocês administram essa exposição?
Bruno - Eu achei lindo. Foi um ensaio artístico, algo para ser apreciado. Não temos problema com isso, faz parte da nossa vida. Não sei viver sem a atuação e ela está presente nas nossas discussões sempre. Claro que acabamos trocando também algumas dicas e experiências. A Camila é a minha melhor amiga, o meu amor. Sei que podemos confiar um no outro.

OP – Você acha que o assédio mudou após o casamento?
Bruno - Acho que não por causa do casamento, mas porque tende a crescer quando o público passa a admirar como artista também. Antes era por ser um menino lindo ou pelo personagem.

OP – O seu irmão estreou como ator na Record. Você acompanhou o trabalho dele? Será que o Thiago acabou sendo influenciado por você?
Bruno - Ele está dando super bem como ator. Acompanhei sim, sou coruja e achei incrível. Agora é meter a cara e estudar para fazer o melhor, pois o Thiago está no caminho certo. Acho que rolou não uma influência, mas sim uma inspiração. Acredito que inspirei o Thiago a ser ator.

OP - O que você faz para manter a forma?
Bruno - Para falar a verdade isso depende do personagem. Sou vaidoso de acordo com o que o personagem me pede. Para interpretar o Ivan, em Paraíso Tropical, fiquei sarado. Para o Junior, em América, cuidei mais da pele. Para o caipira Ricardo, em Sinhá Moça, deixei a barba crescer. Não adianta ter o corpo bonito se o personagem não pode ter.

OP – E todo aquele burburinho sobre a lipoaspiração que você teria feito no início de Paraíso Tropical. É verdade?
Bruno - Eu fiz lipo quando tinha 18 anos. Para interpretar o Ivan não. O que eu fiz foi correr atrás do prejuízo.

Serviço
Um certo Van Gogh
Onde: Teatro Celina Queiroz
Quando: hoje (13)
Hora: 19h
Quanto: R$30 (inteira) e R$15 (meia)

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